A capital paraense foi escolhida para sediar uma das dez ações assistenciais no mundo dentro da campanha internacional do Dia Mundial da Saúde da Pele, celebrada globalmente em 8 de julho. A ação, liderada pela ILDS (International League of Dermatological Societies) e pela ISD (International Society of Dermatology), ocorre no Brasil em parceria com Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que selecionou a cidade para um projeto de atenção voltado ao diagnóstico precoce da hanseníase.
O mutirão de atendimento dermatológico com foco em hanseníase ocorre no dia 18 de julho, das 8h às 13h, no Centro de Referência Especializado em Dermatologia da Universidade do Estado do Pará (CCBS–Uepa). Com serviço gratuito à população de Belém que tenha manchas na pele, especialmente brancas ou avermelhadas — um dos principais sinais da hanseníase.
A proposta segue o cenário global: em maio de 2025, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu oficialmente as doenças de pele como prioridade mundial de saúde pública. A ação conta também com o apoio da Secretaria Estadual de Saúde Pública do Pará (Sespa), da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e da Universidade do Estado do Pará (Uepa).
A equipe realizará o atendimento por livre demanda, sem necessidade de agendamento. Os interessados devem comparecer no horário com documento de identidade, cartão do SUS e comprovante de residência.
Durante o mutirão, dermatologistas vão avaliar os pacientes. Se houver suspeita de hanseníase, eles farão o teste rápido no local. Quem tiver o diagnóstico confirmado já receberá a primeira dose da medicação e o encaminhamento para continuar o tratamento na rede pública de saúde. A equipe notificará todos os casos às autoridades sanitárias.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hanseníase 2025, do Ministério da Saúde, o Brasil notificou 22.773 casos novos da doença em 2023, com aumento de 16% em relação ao ano anterior. O Pará foi o estado que apresentou uma das menores proporções do país de detecção de casos por exame de contatos (3,9%), segundo o mesmo boletim.
A hanseníase é considerada uma doença negligenciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em razão do pouco investimento dedicado ao seu enfrentamento.No Brasil, o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase é comemorado em 31 de janeiro.
Sintomas da hanseníase
- Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou área (s) da pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao tato);
- Comprometimento do (s) nervo (s) periférico (s) – geralmente espessamento (engrossamento) –, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas;
- Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
- Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente nas mãos e nos pés;
- Diminuição ou ausência da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas mãos e/ou nos pés;
- Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Como é transmitida a doença?
A transmissão ocorre quando uma pessoa em fase transmissível da hanseníase, sem tratamento, libera o bacilo (bactéria que causa a doença — chamada Mycobacterium leprae) pelo ar, ao tossir, espirrar ou falar. O contágio não ocorre pelo uso de objetos utilizados pelo paciente. Não se transmite a hanseníase pelo abraço, compartilhamentos de pratos, talheres, roupas de cama e outros objetos. A hanseníase apresenta longo período de incubação, ou seja, o tempo em que os sinais e sintomas se manifestam desde a infecção. Geralmente, esse período dura em média de dois a sete anos; entretanto, há referências a períodos inferiores a dois e superiores a dez anos.
Fonte: DOL e Ministério da Saúde
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