Foto: Freepik
Segundo dados da maior pesquisa sobre parto e nascimento, no Brasil, houve avanços expressivos na prática hospitalar. Conforme informações divulgadas pelos pesquisadores, o estado do Rio de Janeiro aumentou a quantidade de mulheres que puderam se alimentar e se movimentar durante o parto e que quase todas que pariram no estado, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS), quanto em unidades particulares, optaram por posições verticalizadas, que favorecem a saída do bebê.
A realização de episiotomia, o corte do canal vaginal com bisturi, para supostamente aumentar a via de passagem do bebê, caiu de 47% para 7% nos partos vaginais ocorridos no Sistema Único de Saúde (SUS), em aproximadamente dez anos. Uma queda semelhante foi observada na realização da manobra de Kristeller (considerada uma forma de violência obstétrica por trazer risco para a parturiente e o bebê) ela é realizada quando o profissional de saúde sobe sobre a gestante ou empurra com força a região abdominal, para acelerar o nascimento.
Já no sistema privado de saúde, apenas 2% das mulheres que tiveram parto vaginal relataram ter passado pela manobra. Os dados são da Pesquisa Nascer no Brasil 2, realizada pela Fiocruz, que coletou dados de mais de 22 mil mulheres entre 2021 e 2023.
A coordenadora-geral da pesquisa, Maria do Carmo Leal disse que é uma adesão enorme às boas práticas e uma eliminação de intervenções desnecessárias. “No Rio, não tem mais aquela forma de parir, em litotomia, em que a mulher fica com as pernas pra cima, sem poder fazer força. Acabou. Isso é lindo! É uma mudança de cultura que estamos vendo. Não está perfeito, mas é uma mudança enorme na atenção ao parto, fruto de políticas públicas.”
Por outro lado, a proporção das mulheres que tiveram acesso à analgesia, para reduzir as dores das contrações, diminuiu de 7% para 2% no SUS em todo o Brasil, no Rio de Janeiro a situação é ainda mais crítica, apenas 1% das mulheres que realizaram o trabalho de parto receberam o procedimento.
Nos serviços privados, a queda nacional foi de 42% para 33%, onde passou a chegar em 30% no estado. “Entre as mulheres que entraram em trabalho de parto no Rio de Janeiro, caminhou melhor para o parto vaginal quem fez uso de analgesia, mostrando que talvez tenhamos aqui um aliado. Foi quase seis vezes maior a chance de terminar em um parto vaginal”, complementou Maria do Carmo.
A pesquisa aponta também que os índices de parto normal e cesarianas ainda são um grande desafio no país. A quantidade de mulheres que passaram pela cirurgia no SUS aumentou de 43% para 48%, comparando com a primeira edição do levantamento, divulgado em 2014.
A coordenadora-geral da pesquisa observa que, ao menos, a maior parte desse aumento se refere a cesarianas intraparto, ou seja, realizadas após a mulher entrar em trabalho de parto, que totalizaram 13% no Brasil. Os partos vaginais no SUS somaram 52% no Brasil e 50% no estado.
No sistema privado, as cesarianas alcançaram 81% no país e 86% no estado, mas apenas 9% e 7%, respectivamente, aconteceram após o trabalho de parto. Ainda assim, a proporção de partos vaginais cresceu de 12% para 19% no Brasil. A Organização Mundial da Saúde recomenda que as cesarianas ocorram apenas em situações necessárias e que a taxa não ultrapasse 15%.
No pré-natal, o cenário é menos positivo. Embora 98,5% das gestantes do Rio de Janeiro tenham recebido acompanhamento, apenas um terço registrou aferição completa da pressão arterial e exames de glicemia. Esses procedimentos são essenciais para detectar e controlar as duas complicações mais frequentes e graves da gestação: hipertensão e diabetes. Menos de 34% tiveram prescrição de ácido fólico registrada, e somente 31,6% foram vacinadas contra tétano e hepatite B, dois dos principais imunizantes recomendados durante a gestação.
Fonte: Agência Brasil
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